terça-feira, 29 de maio de 2012

Tudo bem com você?

Sabe aquela cara amarela de todo dia a dizer: Oi, tudo bem?E a outra responde:Tudo bem, e você?
Tudo jóia...
E cada um segue seu rumo..


Mas se esta tudo bem pra todo mundo, porque nada vai tão bem no mundo todo?
O que é estar bem nos dias atuais?
Estar bem é estar feliz? Ser rico? Ser magro?
Alguns estudiosos da renomada Harvard afirmam que a felicidade tem mais a ver com a genética individual e causas cerebrais, do que com as experiências vivenciadas. A função da medicina e da psicologia seria, então, a de desenvolver técnicas e remédios para que as pessoas tivessem condições de desenvolver novas sensações de prazer. O que justificaria afinal o uso e abuso das diferentes substancias que ativam os neurônios do prazer.

Já reparou como toda livraria tem uma sessão de auto-ajuda?
Vá a qualquer livraria e encontrará diferentes livros sobre como ser feliz ou sobre como enriquecer rápido. Se souber como as coisas funcionam e como fazer, você simplesmente fará. (Just do it!)*

Este pragmatismo do pós-modernismo ensinado nas universidades é refletido nas diferentes questões do dia-a-dia.  O pragmatismo vem estreitamente ligado à experiência que funciona. O perigo do pragmatismo é que a experiência funciona para os outros também.

Geralmente, em jantares de homens de negócios ou em chás promovidos por mulheres cristãs, sempre alguém é convidado para testificar de como Jesus funciona para nós e como tem sido "muito gostoso" ter uma experiência com Jesus. A testemunha diz: "Jesus foi uma experiência muito boa para mim. Funcionou para mim." Uma pessoa não cristã presente no auditório, pode perfeitamente afirmar: "As experiências do Espiritismo para mim foram extraordinárias. Funcionaram para mim." Quando isto acontece, ninguém poderá contestar a experiência do outro, porque o paradigma, o que vale como verdade, é a experiência do que "funciona". Nenhum cristão pode convencer alguém de que a experiência com Cristo é melhor do que a do espiritismo, ou de outra religião qualquer. É esse perigo que podemos enfrentar quando revertemos o paradigma do conhecimento da verdade objetivamente revelada para o da experiência que funciona.

A grande questão é que estamos vivendo um tempo em que o imediato é urgente. O prazer, o sucesso e a satisfação plena são buscadas a todo custo, e ao prazo mais curto de tempo.

Mas é certo que existe uma preço a se pagar, e o preço pode nem ser sobrenatural. Pode ser o custo do agora: a alienação.
O escritor russo Fiódor Dostoievski escreveu no fim do século 19, em “A Sentença”: “Preferiria viver como os animais, que são inconscientes. Parece-me que a consciência, longe de cooperar para a harmonia geral, é causa de cacofonia, visto como me faz sofrer. Olhem as pessoas que são felizes neste mundo, as que consentem sofrer! São precisamente os que parecem com os animais, que se aproximam da besta pelo desenvolvimento limitado da consciência, os que vivem vida brutal, que consiste unicamente em comer, beber, dormir e procriar”.

Arnaldo Jabor em um de seus artigos no jornal O Estado de S. Paulo afirma que “felicidade é entrar num circuito comercial de sorrisos e festas e virar alguém a ser consumido. Felicidade é ter um bom funcionamento... Hoje, nós somos extensão das coisas. Fulano é a extensão de um banco, sicrano comporta-se como um celular, beltrana rebola feito um liquidificador. Assim como a mulher deseja ser um eletrodoméstico, um ‘avião’, peituda, bunduda, o homem quer ser uma metralhadora, uma Ferrari, um torpedo inteligente e, mais que tudo, um grande pênis voador sem flacidez e angústias. Confundimos nosso destino com o destino das coisas”.  Assim como Dostoievski, Jabor entrega-se a ideia de que “Para a felicidade, só nos resta ‘não ver’. Fechar os olhos”.
Seria bom ter coragem suficiente para preferir a alegria que vem de Cristo que diz: TODAS AS COISAS COOPERAM PARA O BEM DOS QUE AMAM A DEUS, do que optar pelas coisas que cooperam para o prazer e o sucesso imediato... Abrir os olhos para ver o mundo real, se importar e orar.


E aí, como vai você?

* Pr.Ed Rene em Vivendo com Propósitos.

Um comentário:

  1. Estou alegre por encontrar blogs como o seu, estive a ver e ler algumas coisas,
    reparei que aqui há uma pessoa artista,e como aprecio pessoas com arte
    fiquei mais um pouco para ver melhor.
    Posso dizer que gostei do que li e vi desde já quero dar-lhe os parabéns,
    decerto que virei aqui mais vezes.
    Sou António Batalha.
    Que lhe deseja muitas felicidade e saúde em toda a sua casa.
    PS.Se desejar visite O Peregrino E Servo, e se o desejar
    siga, mas só se gostar, eu vou retribuir seguindo também o seu.

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