sábado, 21 de abril de 2012

REAL x VIRTUAL


Vivendo em uma época em que existe tanta cobrançaspara o sucesso e aceitação nos meios sociais, onde os mais produtivos são premiados e onde fraquezas e fracassos não encontram espaço na vida de muitos, o que vemos é a construção de um cenário que nos revela que algo pode não estar indo tão bem!!

Estudiosos do comportamento humano afirmam que 1 a cada 10 usuários de internet no mundo é menor de 18 anos. Isso não seria um problema se não fosse constatado também que mais de 11 milhões de pessoas - o equivalente a cerca de 6% dos 200 milhões de internautas do mundo todo - são viciadas em Internet.

Segundo um outro estudo produzido por estudiosos da Universidade de Nottingham Trent (Inglaterra) a maioria dos viciados em internet usa os programas de bate-papo e vida virtual para representar papéis de personalidades que gostariam de ter. Segundo os pesquisadores, as pessoas encontram na Internet um meio de esquecer de problemas pessoais e fugir da vida real.

Mas afinal, o que isso tem haver conosco? Bom, é dentro deste contexto que encontramos os adolescentes que por vezes vivenciam crises, marcadas por descargas hormonais, alterações no corpo, mudanças nas capacidades cognitivas, necessidade de socialização, necessidade de independência e conflito com os pais, mudança no comportamento sexual, mudança de valores. Esta fase, que é a preparação para a vida adulta, é a fase onde muitos buscam formar sua identidade, apoiando-se nas coisas que já aprenderam com suas famílias e amigos, obrigando-os a questionar tudo a sua volta. Diante de um contexto social em que precisam mostrar tantos resultados e resistir a tantas pressões, somados as mudanças naturais da fase em que vivem, a internet parece ser uma boa saída.

Twiter, Facebook, Blogs, Second Life, tudo se encaixa perfeitamente na rotina de quem quer escapar da pressão, da solidão, da avaliação dos amigos de um grupo de pessoas reais da vida real. A vida virtual fica atrativa e com isso, horas a fio começam a ser gastas na frente de um monitor, onde aos poucos uma vida começa a se misturar com a outra.

A verdade é que vemos que o nosso mundo atual parece preferir a cópia ao real, ou os “simulacros”, ou seja, tudo que se apresenta a nós como sendo semelhante a algo real e que as vezes pode, parecer mais real do que a própria realidade. Daí a idéia de “hiper-relidade’, onde a realidade criada começa ser mais real e melhor do que realidade. Posso ser que eu quiser fazer o que quiser mostrar as fotos que acho que estou melhor. Enfim, posso ter o controle de toda uma vida que parece sair do controle quando é real.

Assim, a vida virtual que pode trazer benefícios para muitos, pode prejudicar outros. Quem ainda consegue conversar sobre as características da vida real que deixa de fora da vida virtual, mostra que ainda sabe separar as “vidas”. No entanto, aqueles que estão chegando ao ponto de falsos e secretos perfis virtuais, ou de vidas paralelas, que tomam tempo demais, ao ponto de não terem mais com quem conversar, ou sobre o que falar, devem ficar atentos, pois o preço a ser pago mais tarde pela solidão pode ser muito cara.

Mesmo diante desta sociedade enlouquecida, o que contará nos momentos de dificuldade ou de conquista, são as pessoas reais que teremos ao nosso lado para compartilhar nossa história.