terça-feira, 30 de novembro de 2010

E agora onde estamos????

A Hipermodernidade é caracterizada por uma cultura do excesso, do sempre mais. Toda pessoa nascida a partir dos anos 90 faz parte da geração pós-pósmoderna. Esta diferenciação se faz necessária para que possamos compreender que as situações vivenciadas por está geração têm peculiaridades que nenhuma outra geração jamais viveu. Um dos grandes erros de pais e educadores é que acabam por achar que “sua época’ era como a dos jovens da atualidade.

Ao olhar para todos os discursos da pós-pósmodernidade podemos notar que alguns conceitos têm norteado os relacionamentos e a vida diária da maioria das pessoas.

O primeiro deles chamarei de "Princípio do prazer". Este traz para nossas relações a busca pela felicidade imediata e o senso de imediatismo. Muitos movem suas decisões a partir da alegria/tristeza ou prazer/desprazer. Com isso surge a idéia da que toda a tristeza deve ser eliminada, e que toda a situação de “sofrimento” deve ser banida da vida diária. Muitos pais por ficarem fora de casa o dia todo, evitam disciplinar seus filhos ou ter conversas desagradáveis, temendo tornar o pouco tempo que ficam com eles “desagradável”.

 O segundo é o relativismo moral quedefende que o bem e o mal são relativos a cada pessoa. O "bem" coincide com o que é "socialmente aprovado" numa dada sociedade. Os princípios morais descrevem convenções sociais e devem ser baseados nas normas aprendidas e incorporadas por cada um.

Mas afinal, o que podemos fazer?

Nós cristãos somos fruto de uma tradição judaico-cristã. No entanto no Brasil  o cristianismo herdou muitos conceitos americanos e por isso de origem da filosofia grega. Isto quer dizer que aprendemos que o homem é constituído de corpo, alma e espírito, por exemplo, quando na verdade esta é uma divisão meramente didática. 

Na bíblia o homem é, como afirmou Ed René Kivitz “pó da terra + fôlego de vida = alma vivente”.  Corpo e espírito são inseparáveis, e por isso o que acontece em um tem conseqüência direta e imediata no outro.

Por isso, ao falar de sexualidade nos padrões de Deus, precisamos compreender como Jesus via essa relação entre corpo-homem e seus desejos.  Apesar do os autores do novo testamento terem se utilizado de terminologias de filósofos gregos para definir o homem, o pano de fundo do judaísmo apresenta o homem como um todo indivisível.
Para isso, precisamos rever nossos próprios valores e conceitos.

Continua......

E o assunto continua.........

Em Gênesis 2:7 vemos Deus esculpindo o homem do barro. Isso foi um escândalo para os outros povos e religiões, principalmente para os gregos que acreditavam que nenhum deus poderoso poderia tocar na matéria, principalmente no barro como um operário fazia.

Deus fez a mulher para que o homem não ficasse só, no entanto, os dotou de sexualidade para despertar o desejo de união e intimidade. Sim! Ele nos fez seres sexuados! Colocou órgãos sexuais que seriam estimulados por outros sentidos e que, em Sua inteligência e criatividade, “resolveriam” o problema da solidão e da continuação da espécie amada de Deus. A sexualidade saudável consegue atingir as 4 áreas fundamentais do ser humano: A emoção individual (auto-estima), o prazer físico, a intimidade espiritual com o cônjuge e a comunhão relacional com ele.

Se não fosse assim, por que Deus faria o homem com um pênis e a mulher com uma vulva? Ou por que Deus colocaria no homem testosterona (hormônio sexual) e na mulher com estrogênio? Por que Deus colocaria na glande do pênis do homem e no clitóris feminino milhares de vasos sangüíneos onde há uma injeção de sangue que aumenta a sensibilidade? Por que Deus daria a libido para o homem e para a mulher? Por que construiria milhares determinações nervosas que com um toque levam você a pensamentos de sensualidade? Nosso Deus é masoquista e criou todo este complexo sistema apenas para nos ver “padecer no paraíso”? Claro que não!

Em Gênesis 1:31 diz que ao terminar a criação do homem Deus viu que era tudo muito bom. Penso que a grande diferença da sexualidade antes da entrada do pecado no mundo era na verdade o foco que tinha a vida de Adão e de Eva. Deus passeava pelo jardim (Gn. 3:8) e conversava com sua criação. Adão e Eva tinham muitos afazeres e não ficavam todo o tempo juntos. Antes da entrada do pecado no mundo, o homem e a mulher andavam nus, e nem assim eram tão estimulados para o sexo como somos hoje pela mídia, suas mentes estavam voltadas para muitas outras coisas.

Depois do pecado a natureza humana ficou corrompida e seu foco ficou “desfocado”. Em Romanos 1:21 o  apóstolo Paulo afirma “(...) seus raciocínios se tornaram fúteis(...)”. As prioridades mudaram. A auto-imagem foi modificada. O homem passou a desejar o que é mal e sua mente foi transformada pelo pecado, incluindo a maneira de pensar e vivenciar sua sexualidade.

Na Grécia antiga, na época de Paulo, os costumes ligados a prática sexual eram muito livres. Tudo era permitido, mesmo que suas ações ferissem uns aos outros. A Bíblia diz que por causa da idolatria e de todas as escolhas pervertidas que os homens faziam Deus “os entregou às concupiscências de seus corações” (Rm.1:24). A bíblia diz que nessa sociedade os homens estavam com suas mentes cheias de malícia, maldade e prostituição. A homossexualidade era vivenciada com perversão. (Rm.1: 26 e 27)

Junto à chegada da mensagem de salvação e transformação de vida em Jesus Cristo, a cultura judaico-cristã no Ocidente foi trazida. Veja: Cultura é estabelecida por homens, transformação de vida e mente é estabelecida apenas por Deus por meio de Jesus.  Desta forma a “instituição igreja” passou a desempenhar um papel de repressão dos antigos usos e costumes colocando no “mesmo saco” o uso pervertido que os homens faziam de seus corpos e relacionamentos e a sexualidade saudável criada por Deus para ser vivenciada no casamento.

Sou cristão e posso falar no assunto!

Muitas pessoas pensam que falar de SEXO e de SEXUALIDADE é falar da mesma coisa. Mas é importante compreender que sexo é uma parte importante da nossa sexualidade, mas não o resumo dela. O sexo corresponde à ação que executamos com nosso corpo a partir da nossa sexualidade. Para que esta ação ocorra precisamos antes fazer escolhas inconscientes que envolvem nossos valores e crenças, auto-estima, auto-imagem e nossa história de vida.

Se você possui um pênis, você é um ser da espécie humana do gênero masculino. Se possuir uma vagina, você é um ser da espécie humana do gênero feminino. No entanto, apesar do órgão sexual com o qual você nasceu determinar seu gênero, masculino ou feminino, ele não é o fator determinante para as decisões a respeito de sua sexualidade.

Isto quer dizer que, ao nascer possuímos vários aparelhos biológicos que, ao longo de nossa vida, desenvolverão e aperfeiçoarão “funções sociais”. A mão, por exemplo. Para conseguir segurar garfo e faca você precisa aprender como fazer. De forma semelhante nossos órgãos reprodutores, ganharam ao longo de nossa existência uma “função social” que são transmitidos ao longo de nossa infância e adolescência.

Toda ação que realizamos com nosso corpo é mediada pelo pensamento. Por isso, a maneira como apreendermos sobre nossos órgãos genitais ou sobre nosso corpo como um todo, influenciará nossa sexualidade por toda nossa vida. Se uma pessoa aprende na infância que o pênis e a vagina são órgãos sujos, por exemplo, isto determinará a maneira como vê o seu corpo, influenciando suas crenças na área da sexualidade, e seu comportamento com relação ao sexo.

Da mesma forma, os comportamentos referentes ao gênero feminino ou masculino são construídos através das experiências afetivas e culturais que vamos travando ao longo da vida. Isto quer dizer que o homem aprende a ser homem e a mulher aprende a ser mulher. E isto não quer dizer que a menina deve lavar louça ou o menino jogar bola, mas sim que ambos precisam ter a possibilidade de construir uma auto-imagem condizente ao gênero determinado por Deus para a vida de cada um nós.

A verdade é que este é um tema bastante complexo que não poderá ser abordado aqui em sua totalidade, mas é importante compreender que a formação da sexualidade envolve muitos aspectos: as ações afetivas recebidas, as imagem vivenciadas a respeito da relação entre um homem e uma mulher, as palavras ouvidas sobre seu corpo e/ou capacidades intelectuais e muitas outras coisas

Continua....